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Deputado quer esquerda em mobilização na pauta econômica 4j2155

Glauber Braga prevê cenário acirrado em 2026 e acredita que projetos que incentivem economia serão decisivos 652bc

Por Emanuelle Vanderlei - colaboradora / Tribuna Independente 11/06/2025 10h05
Deputado quer esquerda em mobilização na pauta econômica
Glauber Braga comenta que as próximas articulações são essenciais para evitar a volta da extrema direita - Foto: Adailson Calheiros

Depois de visitar a maioria das capitais brasileiras em uma caravana que vem reunindo diferentes setores da esquerda e que pretende mobilizar o país em torno de seu mandato, o deputado federal Glauber Braga (PSOL/RJ) avalia um cenário acirrado para as eleições brasileiras do ano que vem. Em entrevista à Tribuna Independente durante sua agem por Maceió, o parlamentar defende uma reação da esquerda com ocupação das ruas na defesa das pautas econômicas.

“Os próximos os vão ser fundamentais para impedir esse retorno da extrema direita ao poder. Eu não tenho dúvida nenhuma disso. E aí economia e mobilização política andam juntos”, desataca o deputado federal.

Para Glauber Braga, o país segue dividido e o que for feito agora pode ser decisivo no resultado das urnas. “Eu acho que a gente vai repetir uma eleição em 2026 parecida com o que a gente teve em 2022. E vai ser uma disputa acirradíssima, muito apertada, com cenário que se desenha como trinta versus trinta. 30% com a extrema direita ou com a direita, porque eles se unificam ali numa mesma posição, 30% votando ou com uma probabilidade de voto mais voltado para as forças de esquerda, e 30, 40% no meio do caminho, podendo pender para uma ou para outra posição”.

Para que a balança não penda para o lado da extrema direita, Glauber Braga acredita na estratégia mais antiga da esquerda, a mobilização das massas. “Para a gente enterrar a possibilidade de um retorno da extrema direita à presidência da República, na minha avaliação tem dois movimentos fundamentais: Primeiro movimento é uma mobilização que seria realizada a quente, que ocupe o espaço da rua de maneira permanente que não faça com que a rua seja ocupada só ocasionalmente, ou pelos setores da própria extrema direita. Quem tem vocação para mobilização de rua é a esquerda”.

Entre as pautas que mobilizam, o deputado do PSOL destaca inicialmente a isenção de imposto de renda que está tramitando no Congresso Nacional, e está sendo conduzida pelo ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP).

“Que essa mobilização venha com medidas econômicas que possam ir ao encontro dos interesses da maioria da classe trabalhadora. Um exemplo típico disso tem Alagoas como também centro de decisão que é a votação, por exemplo, da isenção do imposto de renda pra quem ganha até R$ 5 mil. Se depender exclusivamente das articulações que vão ser realizadas pelo relator, que é ex-presidente da câmara Arthur Lira, evidentemente ele vai garantir simplesmente os interesses de quem já está no topo da pirâmide”.

Além das ruas, os meios de comunicação são mencionados por ele como canal de diálogo com a população. “Para que você tenha a garantia dos direitos de quem ganha até R$ 5 mil e possa cobrar de quem está no topo da pirâmide, você tem que ter mobilização a quente, você tem que ter cadeia nacional de rádio e televisão, você tem que mobilizar e mostrar para as pessoas o que está em jogo”, disse ele.

A esquerda, na opinião de Braga, vive uma agenda que dialoga com a classe trabalhadora, reverter essa polarização mais acirrada. “No que diz respeito ao fim da escala seis por um, essa é a agenda que você consegue emparedar de extrema direita porque eles inclusive ficam sem ter condições objetivas de fazer a defesa do seu posicionamento que é contrário a isso. Isso é evidente, é mais do que evidente. Então quando a gente tem, por exemplo, o Nicolas Ferreira se explicando, foi exatamente quando ele teve que mostrar porque que era contra o fim da escala seis por um”.

LULA À REELEIÇÃO

Ele entende que o nome da esquerda com força eleitoral é inegavelmente o atual presidente Lula (PT). Mas cobra mais ênfase na defesa dessas pautas. “Então, acho que além do que o movimento social já tem feito, o Governo Federal tem que pegar essa agenda e tem que, de fato, assumir como uma posição política de governo para além daquilo que já tem sido feito pelo movimento social. Nós vamos continuar nessa luta, essa batalha. Agora, acho que é uma agenda que tem condições inclusive de unificar para além daqueles que são os 30% que já tem uma predisposição no voto da esquerda, ela chega aí aos 60, 70% como as pesquisas nacionais têm indicado, tem mostrado”.